II Guerra Mundial e a proibição do Idioma Alemão nas colônias



II Guerra Mundial e a proibição do Idioma Alemão nas colônias

Dezenas de casais recriaram na semana passada, em Nova York, a célebre cena de beijo na Times Square, imitando a foto tirada há 70 anos, em 14 de agosto de 1945 pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt e que se tornou o símbolo do fim da Segunda Guerra Mundial.

As conseqüências da contenda que ocorreu de 1939-1945 foram devastadoras para humanidade. Não poupou o Brasil que entrou na II Guerra ao lado dos aliados com atuação especialmente na Itália.

O escritor Balduíno Goerck, em seu livro publicado em 2005 – “Colônia Alemã – Usos e Costumes” descreve os acontecimentos que marcaram as colônias alemãs no período e após a II Guerra Mundial.

O Brasil ajudou a combater os Alemães e seus aliados. Muitos pensavam que toda colônia alemã era a favor de Hitler. Na verdade a maioria dos imigrantes e seus descendentes sabiam de uma guerra muito grande, mas sem posicionamento a favor dos nazistas. Foi ai que surgiu uma lei proibindo totalmente o idioma alemão no País.

A proibição incluía também, qualquer tipo de sintonia de rádio alemã. Poucas informações eram repassadas e algumas pessoas buscavam saber das novidades através das ondas curtas que eram noticiadas nas rádios da Alemanha.

Houve muitas prisões, pois pouquíssimas pessoas nas colônias alemãs falavam o português. A lei era dura bastava ser encontrado falando em alemão para ser preso, o que ocorreu em razão das escolas terem ensinado no idioma alemão.

Para aplicação da lei eram contratados observadores fiscais, com autoridade de prender. A condição para ser fiscal era falar exclusivamente a língua brasileira (português).

Muitos eram espionados e presos por estarem falando em alemão entre si. Pessoas saiam de casa e não regressavam. Familiares ficavam desesperados e só no outro dia ficavam sabendo que os mesmos tinham sido presos por terem se comunicado em alemão.

Sem tolerância e consciência os fiscais cometiam todo tipo de arbitrariedade.

Bibliotecas riquíssimas, com os mais variados temas em língua alemã, foram apreendidas e queimadas. Salvo aquilo que foi muito bem escondido. O conteúdo dos livros era cultural e não político, mas tudo era destruído.

Após a II Guerra Mundial, anos depois, pessoas do interior eram chamados de pé rachado, colono grosso, quinta coluna e assim por diante.

Mas com o tempo a situação foi se acalmando e, felizmente, no dia de hoje, tudo está mudado. Atualmente a cultura alemã é preservada e destacada em toda dimensão.

Saiba Mais:

O Brasil foi o único país da América Latina que participou diretamente da Segunda Guerra Mundial. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) permaneceu na Itália cerca de 11 meses, dos quais quase oito na frente de luta, em contato permanente com o inimigo. 

A 28 de janeiro de 1942, durante a Terceira Conferência dos Chanceleres Americanos no Rio de Janeiro, o Governo do Brasil anunciava o rompimento de suas relações com a Alemanha, o Japão e a Itália, por efeito de seus compromissos internacionais em face da agressão a Pearl Harbour (7 de dezembro de 1941). 

Em consequência desse ato, entrou o Brasil em grande atividade militar para a segurança e a defesa de suas costas, quando, ao mesmo tempo, cedia aos Estados Unidos o uso, durante a conflagração, de suas bases militares - Belém, Natal, etc.

Em agosto de 1942 o Brasil se viu envolvido nos conflitos da Segunda Guerra Mundial quando submarinos alemães torpedearam indefesos navios mercantes brasileiros. Esses ataques levaram o Governo de Getúlio Vargas, no dia 22 de agosto de 1942 a reconhecer a existência de estado de guerra entre o Brasil e as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

Texto - Airton Engster dos Santos
Fotos - Memorial da Aepan-ONG

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